
Mendel Ellovitch
Ex-aluno das Yeshivot Or Israel College e Har Hamor
Atualmente Avrech no Colel Maor HaTorá – São Paulo
Depoimento
Embora seja como explicar cores a um cego, tentarei ilustrar meus primeiros passos em Har Hamor. Me lembro (1999, ainda em Kriat Menachem) do afinco e da dedicação ao estudo; particularmente no trabalho pessoal de cada um, em tentar ser uma pessoa melhor em relação aos demais e a si mesmo (avodat hamidot).
Para demonstrar a retidão corriqueira dos alunos da Yeshivá, nós brasileiros, brincávamos que se alguém deixasse uma barra de ouro em algum canto da Yeshivá, permaneceria no mesmo lugar e após um mês desapareceria e teria um aviso no quadro de achados e perdidos anunciando para que o dono fosse buscá-la com quem a encontrou. Eventualmente éramos convidados pelos avrehim (alunos casados) para refeições de Shabat e cada vez era uma experiência a parte. A forma que se tratavam em família, o respeito e a paciência com os filhos da forma mais natural possível. Cochichávamos: - “Quero ter uma casa bonita assim”. Não havia absolutamente nenhum luxo e, estranhamente, não nos fazia a mínima falta. Impossível?! Não, isso é um ambiente verdadeiro de Torá. Só quem teve o mérito de vivenciar poderá constatar.
Imagine agora pessoas assim tentando melhorar e crescer ainda mais. Este era o ambiente que precedia as grandes festas, um trabalho individual iniciado logo ao término das festas do ano que antecedeu, se intensificando com sua proximidade. Não é necessário comentar e nem é uma tarefa tão simples contar como então era a época dos Yamim Noraim às Hakafot Shniot. Cansaria o leitor e não conseguiria elucidar fielmente.
Uma frase que o Rosh Yeshivá ainda em Cotia me disse: “- Precisamos ter uma referência para que consigamos atingir nossos objetivos”.
Ainda não atingi meus objetivos, mas com certeza tenho a melhor das referências. Qual a sua?